21 de março de 2014

Esboço - Parte 1





Há pouco lia que as palavras que o escritor escreve, a partir do momento que as coloca no papel, deixam de lhe pertencer. Isso fez-me pensar. Num comboio a mais de 120 quilómetros por hora, olho pela janela e penso. Observo quase tudo o que passa, ou nada. Acho que quando olhamos pela janela, apenas olhamos para o vazio. Olhamos para dentro, julgo eu. Ou então, apenas acontecerá a mim. Olho para o lado contrário, para a pessoa que está junto a mim. Neste caso, mesmo quase colada, ela lê. Digo isto porque hoje viajo na classe turística. Hum?!? Não, não sou pretensioso. Apenas porque me habituei a viajar na classe conforto. Mas hoje, face ao timming na marcação da viagem, assim aconteceu. Continuo a observar a minha “vizinha”. Agora ela, inspirada pela minha sintonia, desenha. Haverá quem possa ler o que acabei de escrever ”sintonia” e não perceberá o sentido. Sinceramente, os interessados vão alcançar o sentido, o significado. Os outros, esforcem-se. Já tentei ver o que desenha mas não consigo perceber. Curioso, não consigo vislumbrar sequer o que ela rabisca com um simples lápis laranja. Começou tal e qual, como alguém levemente inspirado, rabiscando, esboçando algo, isto de início. Agora, tal e qual uma profissional, com canetas de filtro, uma azul, outra preta, vai desenhando, esboça, pára e observa a “obra”. Presumo que avalia o que acabou de desenhar. 
- será que está bem - pensa ela.
- podia estar melhor – avalia
- acho que é isto – conclui.
Dá uma última olhadela e resolve, dobra a folha onde esboçou algo, não consegui perceber o quê, e mete a folha dentro do livro que apenas leu duas páginas. Acho que o livro lhe deu o que ela precisava, inspiração. Deve ser parecida comigo. As simples coisas, às vezes as mais simples, inspiram. Assim aconteceu com ela e comigo. Acho que já cheguei, ou quase.

Obrigado “vizinha”!!


20/03/2014




19 de março de 2014

Aquele abraço















Quando olho para ti,
Quero-te ver.
Quero-te ver por dentro
E por fora.
Quero ver mais, apenas.
Quando toco em ti,
Quero-te sentir
Quero perceber o que sentes
Quero-te absorver.
E quando te abraço
Ai
Quando te abraço...
Tudo faz sentido
A tempestade amaina
O vento deixa de se sentir
E sinto aquela brisa
Aquele cheirinho a Verão
A tranquilidade
O Amor.

13/02/2014

18 de março de 2014













Hoje apetece-me ser feliz.
Apenas porque sim.
Sem pensar
Sem calcular os prós
Nem os contras,
Apenas ser feliz!
O mundo que me esqueça
Pois, eu lembrei-me de mim.
Quando me apetecer,
Quando sentir que deve ser,
Não me parece que seja, tão cedo,
Nessa altura, longínqua,
Abrirei a porta.
E possivelmente,
A porta dos fundos.
Para que apenas entre
Quem eu quero,
Quando eu quiser.


18/03/2014