22 de setembro de 2016

Fecha a mão





A felicidade volátil e efémera, como que se lhe escapa por entre os dedos da mão forte e calejada. Estando ele habituado a lutar temerariamente e de peito aberto, começam a faltar-lhe as forças, sente-se cansado. Por vezes, quando ele passa à frente do espelho, não se reconhece, não se vê. Nestas alturas, chegam-lhe à memória os instantes quando tudo era tão puro e novo. Nesses momentos os olhos param no vazio relembrando e o coração palpita. A loucura, a alegria eram a sua felicidade e a sua imagem de marca.  O que faz com que ele feche a mão, tentando reter toda a felicidade. Mas ela, a felicidade, como se de areia fina se tratasse, entre os dedos vai saindo e esvoaçando com a brisa do vento.


21/09/2016