A felicidade volátil e efémera, como que se lhe escapa por
entre os dedos da mão forte e calejada. Estando ele habituado a lutar
temerariamente e de peito aberto, começam a faltar-lhe as forças, sente-se
cansado. Por vezes, quando ele passa à frente do espelho, não se reconhece, não
se vê. Nestas alturas, chegam-lhe à memória os instantes quando tudo era tão
puro e novo. Nesses momentos os olhos param no vazio relembrando e o coração
palpita. A loucura, a alegria eram a sua felicidade e a sua imagem de marca.
O que faz com que ele feche a mão, tentando reter toda a felicidade. Mas
ela, a felicidade, como se de areia fina se tratasse, entre os dedos vai saindo
e esvoaçando com a brisa do vento.
21/09/2016