19 de novembro de 2014

O jardim
















Que belo jardim este! Aqui sentado sob o sol de final da tarde e acompanhado por ninguém, saboreio um refrescante sumo de laranja. É doce, este sumo. Este simples sumo, sabe-me mesmo bem. Quem o preparou, decerto fê-lo com o saber de que quem o iria beber, com toda a certeza, iria gostar. Quando as coisas são feitas com esmero e prazer, esse ar, essa sintonia é como passada para o que se está a fazer, para o que se está a preparar. É algo que se nota, algo que se sente. Neste caso, o sumo foi feito com um certo e determinado apuro. Durante a tarde esteve quente, muito quente. O sol carregava forte sobre quem o queria como observador. Aqueles que têm o tom de pele mais para o claro, ali possivelmente sofreram um pouco. Teriam sentido mesmo a queimar. Contudo, agora, sopra uma pequena brisa que arrefece. Neste final de tarde a brisa, este tom da própria luz do sol, parece que torna tudo um pouco mais belo. Tudo se transforma. As árvores, as folhas, enfim, estão com um tom quase “photoshop”. Isto é, completo. O próprio chão, a terra misturada com o que o vento quer levar mas não consegue. Imagem merecida e esperadamente fotografada. As formas estão mais torneadas, as cores estão mais vivas. Parece ou faz-me olhar para tudo como se da primeira vez se tratasse. Gostava de conhecer e ter melhor e mais rico vocabulário de forma a que pudesse melhor ilustrar, o que os mesmo simples olhos físicos alcançam. Se existem cenários naturais que merecem ser sempre recordados, este é um deles. Tudo milimetricamente pintado, tudo cirurgicamente recortado. Que belo quadro vou eu guardar do meu jardim.