22 de outubro de 2013

Apenas hoje










Sobretudo hoje,
Nada parece fazer sentido
Nada muda,
Nada resulta.
Respiro,
Como se há muito tempo
Já o tivesse deixado de o fazer
Olho,
Como se há muito tempo 
Já o tivesse deixado de o fazer
Sentir?
Já há muito o abandonei
Sem saber
E
Sem me aperceber.
Não sei como,
Mas,
Vou-me mexendo
No meio da multidão.
Como se, 
Fizesse parte do todo,
Sendo a excepção.
Por isso,
Eu,
Não sou eu.
Apenas existo,
Apenas ando
E toda a gente me vê.
Mas,
Levanto os olhos
E
Esfregando-os,
Como se acabado de acordar tivesse
E nada!
Ninguém consigo ver.
Ainda respiro,
Apenas aguardo,
E continuo a respirar.

                                          22/10/2013


20 de outubro de 2013

Caminhos














Caminhamos por sítios
Nunca antes palmilhados
Desconhecidos.
E,
Ainda assim,
Não hesitamos.

Tal como,
Um qualquer bebé,
Tentamos aprender
Por onde ir,
O que pisar,
Como caminhar.

Uns dizem
“- CORRE!!!”
Já outros, aconselham,
“- respira rapaz”.

Para uns,
A vida,
Vive-se de apenas
Um salto,
Um shot.

Já outros,
Calmamente,
Saboreiam-na
Como de uma sobremesa
Se tratasse.

O que diferencia
Uns e outros,
Talvez ninguém saiba.

Mas talvez
Apenas o que o olhar nos diz.
E que no fundo
Bem no fundo,
Nada os diferencia.


20/10/2013